segunda-feira, 20 de abril de 2020

In Europe, Vol.2 - ERIC DOLPHY


1 Don't Blame Me (D.Fields /J.McHugh)   11:14
Don't Blame Me (D.Fields /J.McHugh) (Take 2)   13:09
3 The Way You Look Tonight (D.Fields /J.Kern)   9:34
4 Miss Ann   5:44
5 Laura (J.Mercer/D.Raksin)   13:21

Registo gravado ao vivo em 1961 na cidade de Copenhaga, Dinamarca, que testemunha uma das noites em o que o saxofonista norte americano Eric Dolphy tocou em formato de quarteto acompanhado por três músicos dinamarqueses; o pianista Bent Axen, o baixista Erik Moseholm e o baterista Jorn Elniff. Existem mais dois registos, respetivamente identificados como vol.1 e vol.3, que complementam o testemunho discográfico desta breve estadia do saxofonista norte americano por terras nórdicas em Setembro de 1961. A interação entre músicos de jazz europeus e americanos já conhecia alguma atividade no período que antecedeu a 2ª grande guerra e voltou a fervilhar no período pós-guerra. Para os músicos europeus era a oportunidade de tocar com os verdadeiros mestres do género enquanto para os músicos norte americanos era a oportunidade de tocar num continente em que eram respeitados e admirados como verdadeiros artistas.
Para além das suas qualidades no saxofone, Eric Dolphy fica referenciado para a história do jazz como um músico criativo, exemplar e inovador, que também dominava a flauta transversal e o clarinete baixo, não sendo por isso de estranhar que Dolphy inicie este registo com flauta transversal para uma interpretação melodiosa e competente de "Don't Blame Me", peça  que nesta edição é alvo de duas interpretações através do repescar de um take alternativo. Uma execução tecnicamente evidenciada pela destreza, naturalidade e clareza com que as notas fluem de um instrumento tão delicado. Já com Eric Dolphy no sax alto, a sessão ganha outro ritmo com a celeridade da performance Parkeriana para "The Way You Look Tonight". A prestação de Dolphy é arrepiante e demolidora, ao ponto do pianista ter de parar e apanhar a música apenas mais à frente quando chega a sua vez de solar. "Miss Ann" é a única composição original de Dolphy presente na sessão e consta de mais uma prestação vigorosa com a banda a "correr atrás". A fechar o álbum, "Laura" consta de uma interpretação emotiva e gritante, expressividade acentuada pelo caráter inovador do então jovem saxofonista que viria a falecer prematuramente, dois anos e meio depois desta gravação, precisamente em solo europeu.

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