sábado, 10 de setembro de 2011

Permanent Revolutions - MORE REPUBLICA MASONICA


1 Random Acts Of Love 4:28
2 The Time When Anything Is Possible 3:36
3 Disco Life 3:54
4 In Hunter's Land 4:23
5 Games We Play 4:11
6 ( She's A) Lonely Revolution 5:41
7 Sugar & Gasoline 3:59
8 Center Of Universe 4:36
9 Sleepwalker 2:43
10 (The Love For) Lost Causes 3:08
11 Acess To Beauty 5:16
12 Burning Cities 6:08

O panorama do Rock Português têm sido desde os finais da década de 80 bastante prolífero em bandas de qualidade mas poucas são as que conseguem singrar mercê da escassa divulgação, ou projeção comercial, devido à falta de aposta em material novo e na insistência de playlists de radio que repetem diariamente as mesmas músicas mercê de um rídiculo critério de promoção. Em consequência este tipo de bandas só chega aos meios que sabem onde procurar e encontrar este tipo de som, nomeadamente em concertos, ditos underground, ou através do passa-palavra, e atualmente nada melhor do que a Internet como principal meio de divulgação. O contra da Internet é que a informação disponível é tanta que é preciso saber filtrá-la de forma a conseguir apanhar a melhor e mais fiável. Em suma estes são parâmetros que definem, por norma, as chamadas bandas de culto e normalmente é aqui que se apanha material do melhor e mais criativo.
Os More República Masónica reúnem, desde 1988, estas carateristicas e pode-se afirmar que foram uma das "vítimas" deste tipo de situação sendo mesmo um dos projetos que mais poderia ter rendido ao Rock feito em Terras Lusas, mesmo assim conseguiram deixar um legado de cinco albuns de originais para a posterioridade, dos quais este Cd "Permanent Revolutions" que encerrou oficialmente o capítulo em 2003, e foi assim que mais uma boa banda Portuguesa passou praticamente despercebida à nação.
Caraterizo o Rock dos More República Masónica como sendo expansivo, não tendo uma sonoridade original mas as Guitarras criam uma atmosfera sónica, muito rica em harmonias, em permanente comunicação e evolução traçando uma linhagem sonora envolvente onde a Voz de Paulo Coelho, que é tambem o Guitarrista, paira naturalmente. Neste album há tambem algum trabalho de Teclados que adiciona ao registo alguma atmosfera Gótica e até mesmo algum Psicadelismo, de notar ainda a aparição de uma Sítara em "Random Acts Of Love", "Center Of The Universe" e "Burning Cities", tocada por Luís Simões. São doze temas para descobrir e redescobrir a cada nova audição, e a primeira audição não é fácil nem conclusiva acabando por ser estranha e até misteriosa, algo está oculto e à medida que se vai penetrando no album vão-se denunciando as suas entranhas e o trabalho vai-se revelando.
Nos temas; "The Time When Anything Is Possible" encontra-se entre os Joy Division e os Sonic Youth, "In Hunter's Land" revela-se um bom tema de génese Gótica, "Center Of Universe" é explosivo e ao mesmo tempo controlado e previdente, "Lost Causes" é irrequieto e o momento mais intenso do album, e no final um hipnótico "Burning Cities" esconde algum misticismo Asiático. Estes são temas urgentes que devem singrar no patrimónimo musical Português.
Como conclusão ao primeiro parágrafo há que dizer que este album foi gravado em Janeiro de 2002 mas só viu a luz do dia no ano seguinte e num lançamento conjunto com o então jornal Blitz.

1 comentário:

Paulo Afonso Navarro disse...

Olá, acabei de ler esta crítica ao disco que encerrou a carreira da banda onde toquei durante anos e congratulo-me por, passados sete anos, ainda se falar da banda. Obrigado pela palavras e pelo reconhecimento do nosso trabalho. Paulo Coelho