Lado A
1 Isn't She Lovely (S. Wonder) 6:33
2 Joy Inside My Tears (S. Wonder) 6:29
3 Black Man (S. Wonder) 8:29
Lado B
1 Ngiculela - Es Una Historia - I Am Singing (S. Wonder) 3:48
2 If It's Magic (S. Wonder) 3:11
3 As (S. Wonder) 7:07
4 Another Star (S. Wonder) 8:19
À semelhança do que sucede na outra metade deste registo duplo, Stevie Wonder volta a iniciar em modo solo, contando apenas com a participação do teclista Gregg Phillinganes em "Isn't She Lovely" e "Joy Inside My Tears". Começo notável com uma das músicas mais emblemáticas da sua carreira, "Isn't She Lovely" expressa a alegria inata de Stevie Wonder na intimidade de um momento tão especial como o nascimento da sua filha Aisha. O final da música prolonga-se com um solo improvisado de harmónica, por Stevie Wonder, que garante a jovialidade desta música até à sua conclusão. "Joy Inside My Tears" manifesta-se por um andamento lento e pelo tom vocal grave, que resulta numa bonita melodia, em jeito de balada, muito ao estilo de algumas das peças que Rick Davies assinaria para os Supertramp.
O lado A encerra com uma lição de história dissimulada em música sob o título "Black Man", um desfile de factos e nomes reveladores da contribuição multirracial, envolvendo alguns dos intervenientes na história da humanidade. É Stevie Wonder quem comanda toda a execução da música, em balanço funky, tendo apenas o apoio de um naipe de sopros.
O lado B começa por revelar a distinta inclusão de duas músicas que fogem ao perfil geral deste álbum e acentuam a sua agilidade como uma peça de trabalho versátil e abrangente; "Ngiculela - Es Una Historia - I Am Singing" funde o odor exótico das tonalidades étnicas e "If It's Magic" é um dueto com a harpista Dorothy Ashby para um momento simpático e delicado.
Para o final estavam guardados os momentos mais "intensos" deste registo, com "As" e "Another Star", e onde se incluem as formações mais completas. "As" será uma das músicas mais vibrantes pela sua crescente ambiência e entrega até alcançar uma espiral hipnótica que permanece vívida num ritmo contagiante e definido. Entre os nomes apontados nos créditos desta música destaca-se o de Herbie Hancock nas teclas. Por fim, será o inquieto balanço salsa/disco de "Another Star" a encerrar as hostes em tom festivo e bamboleante. As prestações de George Benson, discreto na guitarra elétrica, e de Bobbi Humphrey, solta na flauta, sobressaem entre os créditos desta última música.
Obra concluída com maturidade, boa disposição e a naturalidade de algum virtuosismo.