terça-feira, 12 de dezembro de 2023

No More Heroes - THE STRANGLERS


  Lado A
1 I Feel Like A Wog (The Stranglers)   3:16
2 Bitching (The Stranglers)   4:25
3 Dead Ringer (The Stranglers)   2:46
4 Dagenham Dave (The Stranglers)   3:19
5 Bring On The Nubiles (The Stranglers)   2:15
6 Something Better Change (The Stranglers)   3:35
  Lado B
1 No More Heroes (The Stranglers)   3:27
2 Peasant In The Big Shitty (The Stranglers)   3:25
3 Burning Up Time (The Stranglers)   2:23
4 English Towns (The Stranglers)   2:12
5 School Mam (The Stranglers)   7:05

Os Stranglers eram já uma banda com um passado quando em 1977 editaram os dois primeiros álbuns; 'Rattus Norvegicus', em Abril, e este 'No More Heroes', em Setembro. O movimento punk estava no seu auge, 'Never Mind the Bollocks Here's the Sex Pistols' saiu para as lojas em Outubro desse mesmo ano, mas os britânicos Stranglers estavam intrometidos no caminho com uma distinta irreverência e com uma conduta rebelde e uma atitude anti-herói, tal como o seu manifesto segundo álbum de originais reivindica. Podiam não o ser musicalmente mas é caso para dizer que os Stranglers já detinham algo de punk antes do próprio movimento explodir. No entanto, a banda nunca se identificou com o punk nem chegou a ser associada como tal.

A capacidade de produtividade musical dos Stranglers marcava logo alguma diferença para com grande parte das bandas suas contemporâneas. Canções curtas e rápidas, como quase todos faziam na altura, mas consistentes, decisivas e diretas, mantendo uma linha de trabalho que assentava na firmeza do coletivo, como resultado de uma afirmação musical própria e esclarecida. O rock dos Stranglers escorrega pelas vertentes de uma pop nebulosa e escorre ativamente na rigidez de uma agressividade pronunciada, esteticamente provocadora e desafiante. 

A distinta sonoridade dos Stranglers sobressaía de dois elementos em particular: a nuance de Dave Greenfield nas teclas lembra, por vezes, o registo de Ray Manzarek nos Doors, mas as dinâmicas são bem distintas, tal como a música em si, e a constante presteza do baixista J. J. Burnel, sempre a "picar" o baixo, evidenciam-se bem ao longo de todo o registo. O alinhamento roça pelos meandros do psicadelismo com "Peasant In The Big Shitty", soa algo alienado em "Bring On The Nubiles" e surge bem mais ousado em "School Mam", mantendo-se uma sequência equilibrada com as restantes faixas, onde ainda se pode realçar o single "No More Heroes".

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