quarta-feira, 20 de abril de 2022

The Wonderful And Frightening World Of ... - THE FALL


   Lado A
1 Lay Of The Land (Mark E. Smith/B. Smith)   5:43
2 2 x 4 (Mark E. Smith/B. Smith)   3:35
3 Copped It (Mark E. Smith/K. Burns)   4:14
4 Elves (Mark E. Smith/B. Smith)  4:47 
   Lado B
1 Slang King (Mark E. Smith/B. Smith/P. Hanley)   5:19   
2 Bug Day (Mark E. Smith/K. Burns/S. Hanley/C. Scanlon/B. Smith/P. Hanley)   4:56
3 Stephen Song (Mark E. Smith/S. Hanley/P. Hanley)   3:03
4 Craigness (C. Scanlon/Mark E. Smith)   3:02
5 Disney's Dream Debased (Mark E. Smith/B. Smith/S. Hanley)   5:16

The Fall foram sempre liderados pela figura ímpar de Mark E. Smith, o único elemento permanente, e são uma das bandas incontornáveis entre as várias que saíram "diretamente" dos escombros ainda fumegantes do movimento punk britânico nos finais da década de 1970. A par dos míticos Joy Division, são uma das bandas mais importantes que a cinzenta cidade de Manchester viu nascer e a nível de produção discográfica são das bandas com uma das discografias mais extensa. A atividade The Fall encerrou-se em Janeiro de 2018 com a morte de Mark E. Smith. Sem ele The Fall não fazem sentido. 

The Fall viviam constantemente na fragilidade de uma linha ténue que dividia o maravilhoso do assustador, em que Mark E. Smith é o centro e a razão de ser da banda. Uma figura culta e inteligente, simultaneamente cáustica, imprevisível e provocadora, que debita/declama textos corrosivos, muitas vezes de teor abstrato e praticamente encriptado, enquanto a banda gera estruturas cruas experimentais e repetitivas mas musicalmente ricas e completas. 
Se a banda era realmente maravilhosa para quem compreendia e devotava a sua forma de trabalho, para o ouvinte convencional The Fall podem ser mesmo aterrorizadores pela imprevisibilidade e aspereza das suas composições.

Editado em 1984, 'The Wonderful And Frightening World Of ... The Fall' é o nono trabalho oficial de estúdio e assinala o início de mais uma nova fase para a banda, marcada pela entrada da guitarrista californiana Brix Smith, que era então a atual mulher de Mark E. Smith, e em que The Fall passavam a integrar o catálogo da mítica editora independente britânica Beggars Banquet. Um registo que fica longe de ser um álbum perfeito, uma classificação que Mark E. Smith abominava, mas um trabalho completíssimo e preenchido com uma coesão rara de encontrar em trabalhos maiores. Aqui, The Fall são: inesperados e inconstantes, igualmente repetitivos, completamente anti-rock, irreverentes e fantásticos, inventivos, artísticos e eficazes. No fundo, The Fall são "sempre diferentes, mas sempre os mesmos", John Peel dixit.

Uma obra impecavelmente imperfeita, concebida para um mundo que não pode ser outra coisa.

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