sábado, 9 de abril de 2022

Pocket Symphony - AIR


1 Space Maker (JB Dunckel/N. Godin)   4:01
2 Once Upon A Time (JB Dunckel/N. Godin)   5:01
3 One Hell Of A Party (JB Dunckel/N. Godin/J. Cocker)   4:02
4 Napalm Love (JB Dunckel/N. Godin)   3:27
5 Mayfair Song (JB Dunckel/N. Godin)   4:19
6 Left Bank (JB Dunckel/N. Godin)   4:06
7 Photograph (JB Dunckel/N. Godin)   3:51
8 Mer Du Japon (JB Dunckel/N. Godin)   3:04
9 Lost Message (JB Dunckel/N. Godin)   3:32
10 Somewhere Between Waking And Sleeping (JB Dunckel/N. Godin/N. Hannon/J. Cocker)   3:36
11 Redhead Girl (JB Dunckel/N. Godin)   4:31
12 Night Sight (JB Dunckel)   4:17

Habilíssimos criadores de engenhosas paisagens espaciais, cujas sonoridades permitem flutuar bem acima da leveza de atmosferas repletas de serenidade, o duo francês AIR continua, em 2007, ao quarto álbum de originais, a oferecer a elegância de um trabalho delicado em que a fórmula se repete nas ambiências etéreas que povoam os quadros harmoniosos que ilustram o registo.  

Pocket Symphony pode ser definido como um autêntico mar de tranquilidade, com reminiscências nipónicas, em que os AIR assumem estar em modo zen e com Nicolas Godin, a metade do duo que se dedica aos instrumentos de corda, a atrever-se na execução singela de dois instrumentos tipicamente Japoneses como o koto e o shamisen. Outra forma de encarar o estado de espírito deste registo é entender-se a faixa "One Hell Of A Party", co-escrita com - e interpretada por - Jarvis Cocker dos Pulp, como a metáfora perfeita para este trabalho; dez anos depois da edição do primeiro álbum, em 1997, revelaram ser uma boa altura para aproveitar a ressaca da festa e acalmar um pouco para assentar as ideias

As músicas apresentam elementos predominantemente ambientais caraterizados pela forte capacidade de envolvência sonora de uma pop eletrónica laboratorial que inebria pela candura da sua leveza e transparência. A fórmula repete-se dentro da estrutura habitual do duo, os sintetizadores de Jean-Benoit Dunckel sustentam toda a obra contando com o apoio impecável de um versátil Nicolas Godin para completar a componente orgânica, garantido a estabilidade e a assinatura da sonoridade dos AIR que para este álbum contaram ainda com a colaboração dos vocalistas Jarvis Cocker (Pulp) e Neil Hannon (Divine Comedy) em "One Hell Of A Party" e "Somewhere Between Waking And Sleeping" respetivamente, dos bateristas Joey Waronker, em "Space Maker", "One Hell Of A Party" e "Photograph", e Tony Allen, em "Once Upon A Time", e do flautista Magic Malik em "Once Upon A Time" e "Photograph".

O crescendo da organização musical de "Once Upon A Time" e o balanço rítmico de "Mer Du Japon" carateriza as duas faixas que funcionaram como os singles representativos do álbum e que se distinguem do restante alinhamento por ambas se apresentarem com uma dinâmica ligeiramente diferente. Distinta também a já mencionada colaboração dos icónicos vocalistas Jarvis Cocker e Neil Hannon para a interpretação de duas músicas em verdadeiro formato de canção, dentro das conhecidas particularidades de cada um deles. "Space Maker", "Napalm Love", "Left Bank" e "Redhead Girl" são os momentos que melhor definem a fórmula determinante que os AIR exploram desde 'Moon Safari', em 1997, enquanto "Mayfair Song" e "Lost Message" se aventuram na beleza de terrenos instrumentais enigmáticos e que juntamente com "Photograph" ilustram os quadros mais apelativos deste trabalho.

O registo encerra com uma peça a solo do teclista Jean-Benoit Dunckel, que no mesmo ano gravou e editou um trabalho a solo sob a designação Darkel

Sem comentários: