sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

High Life - WAYNE SHORTER


1 Children Of The Night (W. Shorter)   7:23
2 At The Fair (W. Shorter)   7:29
3 Maya (W. Shorter)   5:12
4 On The Milky Way Express (W. Shorter)   5:35
5 Pandora Awakened (W. Shorter)   6:20
6 Virgo Rising (W. Shorter)   6:46
7 High Life (W. Shorter)   6:28
8 Midnight In Carlotta's Hair (W. Shorter)   5:54
9 Black Swan (In Memory Of Susan Portlynn Romeo) (W. Shorter)   2:04

Com "High Life", editado em 1995, o saxofonista norte-americano Wayne Shorter regressava distintamente às edições discográficas a solo em formato orgânico. A sua maturidade, excelência e requinte como músico e compositor encontrou em Marcus Miller e Rachel Z dois apoios importantes para o desenvolvimento desta obra como um registo atual e contextualizado em que a cuidada utilização de uma orquestra de trinta elementos eleva o calibre do álbum.

A compleição do registo revela-se através da classe da precisão e detalhe dos arranjos das composições cuja dimensão orquestral preenche naturalmente os espaços e enriquece a sonoridade do álbum, permitindo o equilíbrio da sua harmonia. É um trabalho manifestamente acessível, de uma musicalidade extraordinária, que inebria pela sua elegância e primor.

A presença da orquestra está reservada a quatro peças começando por se fazer notar logo de início com a recuperação de "Children Of The Night", a peça original que Wayne Shorter gravou com os Jazz Messengers de Art Blakey em 1961. Em "At The Fair" sente-se a progressão meditada de uma peça serena e controlada, "Pandora Awakened" apresenta aquele que será o arranjo mais delicioso do registo e "High Life" transmite o encanto de uma jornada pacífica e bem organizada.  

As restantes composições refletem-se como peças individuais que respiram de forma natural fora da sombra da orquestra. Em "Maya" é possível encontrar reminiscências dos Weather Report e se fosse preciso encontrar um single para este álbum ele seria certamente "On The Milky Way Express". "Virgo Rising" destaca-se através da peculiaridade rítmica da sua estrutura enquanto que "Midnight In Carlotta's Hair" evidencia uma ambiência mais sintetizada que se expande para "Black Swan", uma homenagem prestada em forma de um curto apontamento.

Para além do ilustre desempenho nos quatro saxofones (soprano, alto, tenor e barítono), Wayne Shorter assume todo o trabalho de composição, orquestração e arranjo musical. Marcus Miller assume o trabalho de produção, condutor de orquestra, baixo elétrico e clarinete baixo enquanto Rachel Z ficou encarregue dos teclados e com a tarefa de "desenhar" a sonoridade do álbum. A prestação de Wayne Shorter revela sabedoria, confiança e serenidade, sem grandes devaneios ou excessos, Marcus Miller e Rachel Z encaixam bem na sua missão de transmitir contexto e atualidade ao registo. 

Sem comentários: