quarta-feira, 10 de março de 2021

Illusions - GEORGE DUKE


1 Genesis   1:34
2 500 Miles To Go   5:00
3 411   5:10
4 Love Can Be So Cold   5:42
5 Illusions   5:00
6 The Simple Things   5:16
7 Life And Times   6:07
8 Look What We Started Now   5:55
9 C'est La Vie (M. Sembello/D. Rudolph)   4:51
10 Buffalo Soldiers   4:50
11 Money   5:16
12 No Greater Love   4:46
13 So I'll Pretend   7:25

A prestigiante carreira de George Duke encontra-se muito bem representada através de uma vasta obra que inclui desde múltiplas colaborações até um bom naipe de trabalhos em nome próprio, em que para além de deter uma excelente reputação como pianista é igualmente referenciado na área de produção, direção artística, arranjos e composição. Editado em 1995, "Illusions" é um trabalho competente que permite apreciar todas estas qualidades.

Trata-se de um álbum coerente, bastante descontraído e sereno, cuja musicalidade assenta num registo de fusão muito completo que sugere várias sonoridades entre a frescura do funky, a audácia do jazz e as vozes aveludadas dos arranjos mais smooth ou R&B, sem se perder por grandes devaneios ou malabarismos. Todas as composições são originais de George Duke, com exceção de "C'est La Vie" assinada por Michael Sembello e Dick Rudolph, e em todas elas é notável o "domínio" da enorme presença de George Duke ao piano enquanto dá também voz às suas músicas e utiliza a sua técnica vocal sobreposta ao fraseado do piano, possível de ouvir em secções de "411" e "Money". 

Num registo que se mostra tão atual e delicioso logo de início é difícil de destacar momentos determinantes mas a dinâmica das quatro peças instrumentais, "500 Miles To Go", "Look What We Started Now", "Buffalo Soldiers" e "No Greater Love", é realmente um dos pontos marcantes por permitir uma melhor perceção da habilidade técnica de George Duke, igualmente relevante ao longo de todo o registo mas que nestas peças se encontra mais exposta. 

É através de um sopro bíblico que George Duke nos introduz neste universo de ilusões, por ele criado de forma tão natural, no qual é inevitável não lembrar de Prince em "411" e não sentir o groove de "Illusions" e "Life And Times" mas é em "Money" que se encontra um esplêndido balanço funky. A ligeireza smooth de "Love Can Be So Cold" obteve um novo single no Top 40 e em conjunto com "The Simple Things" estamos na presença dos momentos mais ternos da edição, que encerra em registo jazz com "So I'll Pretend" na voz de Diane Reeves, acompanhada por George Duke ao piano, Kirk Whalum no saxofone, Ray Brown no baixo e Terri Lynn Carrigton na bateria.

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