sábado, 2 de março de 2019

Criminal Record - RICK WAKEMAN


Side A
1 Statue Of Justice   6:19
2 Crime Of Passion   5:46   
3 Chamber Of Horrors   6:37 
Side B
1 Birdman Of Alcatraz   4:12
2 The Breathalyzer   3:50      
3 Judias Iscariot   12:12  

A simbologia da estátua da justiça, os crimes passionais, a câmara dos horrores no museu de cera Madame Tussauds, Robert Stroud (o condenado que estudava aves na prisão), o breathalyser e a traição de judas, inspiraram o virtuoso teclista Rick Wakeman para "Criminal Record", o seu sexto trabalho a solo. Editado em 1977, na altura em que o teclista se preparava para voltar aos Yes após dois anos de ausência, o registo manifesta-se sob a forma de uma curiosa abordagem musical aos anais da história da justiça e do crime num álbum declaradamente concetual em que o teclista britânico de formação clássica interpreta seis histórias/peças usando uma parafernália de teclados onde pontuam vários moogs, orgãos, cravos, um teclado RMI e obviamente o piano. Nas três faixas do lado A Wakeman é acompanhado por Chris Squire no baixo e por Alan White na bateria, seus companheiros nos Yes, enquanto no lado B Wakeman começa a solo no piano, em Breathalyser conta com a parceria do percussionista Frank Ricotti e na última peça é acompanhado, em alguns andamentos, por um grande grupo coral dirigido por Robert Mernoud. Musicalmente, a estrutura progressiva de "Statue Of Justice" lembra o estilo de composição utilizada nos Yes, "Crimes Of Passion" começa como uma abordagem romântica que entretanto devaneia por outros caminhos até regressar ao ponto de partida e os variados andamentos/reações de "Chamber Of Horrors" recriam uma espécie de visita ao museu Madame Tussauds, uma peça de estímulo visual com recriação de sonoridades circenses e um final terrífico. No lado B, "Birdman" apresenta-se como a peça mais sensível de todo o álbum através de um solo de piano e em "The Breathlyzer" encontra-se o momento mais descontraído do registo, com a divertida participação do comediante Bill Oddie na única vocalização do álbum, coros à parte. A grandiosidade ficou mesmo guardada para o final com "Judias Escariotis". Uma entrada dramática de estilo barroco inicia a peça, que evolui drasticamente através do potente orgão até à chegada de um grande coro celestial. Trabalho ambicioso, maquinal e épico, de caráter sinfónico e fruto de algum virtuosismo.

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