sexta-feira, 11 de novembro de 2022

X - KYLIE MINOGUE


1 2 Hearts (J. Eliot/M. Stilwell)   2:52
2 Like a Drug (Mich H. Hansen/J. Jeberg/E. Andrina/A. Powers)   3:15   
3 In My Arms (K. Minogue/C. Harris/R. Stannard/P. Harris/J. Peake)   3:30
4 Speakerphone (C. Karlsson/P. Winnberg/H. Jonback/K. Ahlund)   3:52
5 Sensitized (G. Chambers/C. Dennis/S. Gainsbourg)   3:55
6 Heart Beat Rock (K. Minogue/K. Poole/C. Harris/J. Lipsey)   3:22
7 The One (K. Minogue/R. Stannard/J. Wiltshire/R. Small/J. Andersson/J. Emmoth/E. Holmgren)   4:03
8 No More Rain (K. Minogue/K. Poole/C. Karlsson/P. Winnberg/J. Quant)   3:58
9 All I See (J. Jeberg/Mich H. Hansen/E. Serrano/R. Calhoun)   3:02
10 Stars (K. Minogue/R. Stannard/P. Harris/J. Peake)   3:40
11 Wow (K. Minogue/K. Poole/G. Kurstin)   3:11
12 Nu-di-ty (K. Poole/C. Karlsson/P. Winnberg)   3:01
13 Cosmic (K. Minogue/Eg White)   3:07

De matriz deliciosamente pop, 'X' foi editado em 2007 e marca o saudável regresso da Australiana Kylie Minogue aos discos depois de um interregno de quatro anos em que a cantora teve ainda de lutar contra o infortúnio do cancro da mama, e é com uma enorme satisfação que se percebe que a luta foi ganha e que Kylie Minogue regressou forte e confiante, com um trabalho incrível, cheio de fulgor e vivacidade.

O registo combina várias tonalidades de uma pop moderna, muito bem produzida, eletronicamente processada num vasto catálogo de cores vivas, que deslumbra pelo imponente cintilar de canções milimetricamente calculadas para serem notáveis. Foram vários os nomes envolvidos no trabalho de produção do álbum, o que ajudou ao desenvolvimento de um registo versátil cuja dinâmica percorre sonoridades distintasÉ também notória uma participação ativa de Kylie Minogue no processo de construção musical, reveladora de uma clara vontade em definir e explorar os seus caminhos.

A ilusão rock de "2 Hearts" dissipa-se logo na segunda faixa com a electropop de "Like a Drug" e a aventura prolonga-se na excitação pop de "In My Arms" até adquirir contornos de hip-hop na postura fónica de "Speakerphone" e estabilizar na compleição estrutural de "Sensitized" que evolui sobre um sampler de Serge Gainsbourg. Os contornos de hip-hop voltam a fazer-se sentir em "Heart Beat Rock" e se as canções perfeitas existem "The One" é certamente uma delas. A ambiência celestial de "No More Rain" parece saída de uma fantasia, é depois interrompida pela sobriedade de "All I See" e integrada na orgânica convencional de "Stars", sendo recuperada na magia do glamour pop de "Wow". "Nu-di-ty" remete para Nelly Furtado e "Cosmic" é uma bonita canção de índole particular que encerra discretamente o registo.

A mestria e o arrojo com que este trabalho foi gerido faz de "X" um daqueles registos tão íntegros em que é difícil encontrar um ponto fraco por onde possa quebrar, ou ceder.

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