domingo, 16 de agosto de 2020

Hail To The Thief - RADIOHEAD


1 2+2=5 (The Lukewarm.)   3:19   
2 Sit Down. Stand Up (Snakes & Ladders.)   4:19  
3 Sail To The Moon (Brush the Cobwebs out of the Sky.)   4:17
4 Backdrifts (Honeymoon is Over.)   5:22
5 Go To Sleep (Little Man being Erased.)   3:20
6 Where I End And You Begin (The Sky is Falling in.)   4:28
7 We Suck Young Blood (Your Time is up.)   4:56
8 The Gloaming (Softly Open our Mouths in the Cold.)   3:31
9  There There (The Boney King of Nowhere.)   5:21
10 I Will (No man's Land.)   1:59   
11 A Punchup At A Wedding (No no no no no no no no.)   4:56   
12 Myxomatosis (Judge, Jury & Executioner.)   3:51
13 Scatterbrain (As Dead as Leaves.)   3:20
14 A Wolf At The Door (It Girl. Rag Doll.)   3:21    

Em 2003 os britânicos Radiohead editavam Hail To The Thief, o sexto registo original feito em estúdio. Mantêm-se o enigmático experimentalismo pop, aqui preenchido com algumas intervenções mais harmoniosas e linhas de guitarra bem intercaladas com a maquinaria eletrónica mas ainda assim não é uma peça de fácil digestão e requer alguma adesão até se começar a encaixar no seu enredo. No fundo, funciona como um mapa à espera de ser bem interpretado cujos percursos podem ser tortuosos ou terminarem num paraíso surpreendentemente perdido no final de uma esquina ou até mesmo na lua. A cada nova audição as paisagens surgem renovadas e arrastam o ouvinte para abismos profundos, outras vezes criam efeitos etéreos ou então surpreendem pela dinâmica da acção, ou pelo colorido do momento. A boa sensibilidade da complexidade pop de "Go To Sleep", "Where I End And You Begin" e "A Punchup At A Wedding" combina com os momentos maquinais de "Backdrifts" e "The Gloaming", e equilibra-se com a tímidez da naturalidade estrutural de "Sail To The Moon", "We Suck Young Blood" e "Scatterbrain". O registo acaba por explodir na crescente intensidade rock de momentos como "2+2=5", "Sit Down. Stand Up", "There There", "Myxomatosis" e "A Wolf At The Door", um manifesto despertar de sentidos nos extremos do disco. "I Will" acaba por ser apenas um pequeno apontamento. Este é também um trabalho que envolve jogos de palavras, a capa encontra-se ilustrada com uma imensidão delas, e títulos duplicados para uma interpretação mais completa e justa, à semelhança dos velhos cartazes Vitorianos que então anunciavam as peças musicais que iriam ser tocadas nas salas de música. 
Um registo singular e completo. 

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