terça-feira, 14 de julho de 2020

Boogaloo To Beck - Dr. LONNIE SMITH w/ Special Guest DAVID "FATHEAD" NEWMAN


1 Paper Tiger   9:38
2 Tropicalia   5:51
3 Mixed Buziness   8:20
4 The New Pollution   7:12
5 Devil's Haircut   8:23
6 Sexx Laws   6:58
7 Loser   3:16
8 Jack Ass   6:55
9 Where It's At   6:58
10 He's A Mighty Good Leader   5:30
11 Nobody's Fault   9:20    

Curiosa abordagem, em forma de tributo, ao repertório do norte americano Beck por parte de uma formação de jazz liderada por Dr. Lonnie Smith, uma das lendas vivas do orgão Hammond B3. Juntam-se-lhe nesta prestação, Doug Munro na guitarra e na produção, Lafrae Sci na bateria e David "Fathead" Newman em sax tenor, como convidado especial para algumas músicas. 
A carreira de Beck começa a ganhar contornos a meio da década de 90 e evidencia um músico criativo que se mexe no mundo do pop/rock/indie e revela uma miríade de influências que vai espalhando pelos seus multifacetados trabalhos. À data deste tributo, editado em 2003, Beck tinha editado oficialmente seis álbuns e o repertório escolhido por Dr. Lonnie Smith para esta sessão assenta nas músicas mais relevantes dessas edições.
A estrutura do registo é muito fiel ao trabalho de composição dos originais, imediatamente reconhecíveis, apesar dos momentos de improviso em que esta distinta formação aproveita o groove para brincar um pouco com os solos. "Mixed Buziness" contêm uma referência a "Rhapsody In Blue" de Gershwinem "Jackass" é percetível a alusão a "Chameleon" de Herbie Hancock e em "Where It's At" há uma sugestão para o clássico da soul "In The Midnight Hour". A sessão é embalada por uma boa dinâmica, sem tempos mortos e sem exageros, em que a interpretação de Dr. Lonnie Smith se evidencia pela qualidade da sua habitual prestação no orgão Hammond B3. O guitarrista Doug Munro apresenta-se com uma sonoridade límpida e um fraseado muito definido, sempre presente, enquato as aparições de David "Fathead" Newman se distinguem pela precisão cool com que encaixam na estrutura harmónica do registo. O baterista Lafrae Sci quase que apenas se limita a marcar a sessão tendo um momento mais solto em "Loser", a prestação mais curta da edição, com o arranjo mais direto e fortemente apoiado na dinâmica da bateria. Os pontos altos encontram-se em "Devil's Haircut", que começa discreta para atingir alguma emoção nos solos de Smith e Munro, "Jack Ass" e "Where It's At" contêm as interpretações mais completas mas é a subtil atmosfera criada pela interpretação de "Nobody's Fault" que encerra o registo da melhor forma.

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